A igreja do 1 século estava passando por um grande ataque doutrinário. As heresias estavam bombardeando os nossos irmãos da igreja primitiva. Falsos líderes se levantaram e estavam trazendo aquilo que os apóstolos não ensinaram.
João, sendo o último dos apóstolos vivos, foi inspirado pelo Espírito Santo para que orientasse os irmãos para guardarem sua fé, e terem a certeza da vida Eterna que receberam do ser Senhor.
Esse é o tema que direciona essa primeira carta de João: Jesus, o Cristo, nos dá a segurança da vida eterna.
Você verá que a escrita é bem parecida, pois o apóstolo utiliza muitos termos que foi usado no Evangelho que escreveu.
Quem escreveu?
A autoria da Primeira Carta de João é um tópico de interesse teológico. Embora a carta não apresenta explicitamente seu autor, a tradição eclesiástica desde o século I atribui sua autoria ao apóstolo João. Apresento dois argumentos que sustentam essa visão:
Evidência Interna: O prólogo da carta (1Jo 1.1-3) indica que o autor se considerava uma testemunha da ressurreição de Cristo e um intérprete autorizado de sua mensagem. A linguagem e o vocabulário da carta têm semelhanças notáveis com o Evangelho de João.
Evidência Externa: Vários Pais da Igreja, como Policarpo, Papias, Irineu, Clemente de Alexandria e Tertuliano, citaram a carta e atribuíram sua autoria a João. O Canon Muratório, um dos primeiros listas canônicas, também atribui a João a autoria do Quarto Evangelho e da Primeira Carta de João.
No entanto, é importante mencionar a figura do “presbítero João”, citado por Eusébio, que alguns estudiosos acreditam ser o autor das cartas joaninas. Contudo, a evidência interna da carta e o testemunho quase unânime dos Pais da Igreja favorecem a autoria apostólica de João. A aceitação da autoria apostólica foi provavelmente crucial para a inclusão da carta no cânon do Novo Testamento.
Para quem escreveu?
A Primeira Carta de João foi claramente endereçada a crentes, conforme indicado em várias passagens (1Jo 2.12-14,19; 3.1; 5.13). No entanto, a localização exata e a identidade étnica desses crentes permanecem incertas. A ausência de menções específicas a indivíduos na epístola, em contraste com as Segunda e Terceira Cartas de João, sugere que esta pode ter sido uma “carta circular”, destinada a várias igrejas em uma região específica.
A hipótese predominante entre os estudiosos é que João direcionou esta carta às igrejas na província da Ásia. Esta suposição é reforçada pelo testemunho de alguns Pais da Igreja, que afirmam que João passou seus últimos dias em Efeso, uma cidade na Ásia, e ministrou às igrejas locais. A evidência mais antiga da circulação da carta também provém das igrejas dessa região, que corresponde à moderna Turquia. Além disso, é plausível que João tenha escrito para as mesmas igrejas (ou pelo menos algumas delas) às quais ele se dirigiu no livro de Apocalipse (Ap 1.11).
A data
A datação exata da Primeira Carta de João é incerta, e não podemos determinar com precisão quando ela começou a circular entre as igrejas cristãs. No entanto, a maioria dos estudiosos concorda que a carta foi escrita por volta do final do século I d.C. Esta suposição é corroborada pelo fato de que a carta já era reconhecida pelos Pais da Igreja do século II d.C. A carta apresenta vestígios de um gnosticismo inicial, distinto do gnosticismo mais desenvolvido dos séculos II e III d.C. As cartas dos Pais da Igreja, Inácio e Policarpo, evidenciam uma forma mais avançada de gnosticismo, sendo que a carta de Policarpo pode ser datada de aproximadamente 110 d.C. Além disso, a linguagem da carta sugere que João estava em uma idade avançada quando a escreveu. É relevante notar que João expande na carta alguns dos temas presentes em seu Evangelho, que é comumente datado entre 80-90 d.C. O fragmento de Rylands, um manuscrito datado de 125 d.C., contém partes de João 18, indicando que a carta de João foi escrita antes do final do século I.
Dentro desse texto, trago 3 pontos para crescermos em entendimento da graça do filho de Deus e assim, entendermos a segurança que temos no Filho de Deus.
1. A Segurança da vida eterna é expressada pela Fé em Cristo (Prova Doutrinária)
Os cristãos do 1 século estavam sendo atacados por heresias e erros doutrinários. (Gnosticismo e Docetismo, uma variação de gnosticismo)
Os gnósticos, acreditavam que a matéria era essencialmente má e o espírito essencialmente bom. Esse engano filosófico desembocou em grave erro doutrinário. Os gnósticos diziam que o corpo, sendo matéria, não podia ser bom. Por conseguinte, negavam a encarnação de Cristo. Essa posição resultou em duas diferentes atitudes em relação ao corpo: ascetismo ou libertinagem.
Os docetistas pensavam que Jesus só parecia ter um corpo. Afirmavam que seu corpo era um fantasma sem substância; insistiam em que nunca havia tido carne e um corpo humano, físico, senão que era um ser puramente espiritual, que não tinha senão aparência de ter um corpo.
Continuamos a ser atacados por ideologias que buscam minar a nossa fé. Movimentos ideológicos dizem que Jesus existiu, porém, não o Jesus divino. Jesus era um grande homem, paz e amor, um grande mestre. Mas Deus? Não, Deus é o universo, é uma substância divina e etc. Não mudou nada.
Veja o que está escrito no capítulo 2.22-25:
Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho. Todo aquele que nega o Filho, esse não tem o Pai; aquele que confessa o Filho tem igualmente o Pai. Permaneça em vós o que ouvistes desde o princípio. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também permanecereis vós no Filho e no Pai. E esta é a promessa que ele mesmo nos fez, a vida eterna.
A segurança dos nossos irmãos eram evidenciadas quando criam que Jesus é o Filho Deus, o Senhor e Salvador da alma deles. Para nós não é diferente querido leitor. Diante de tantas ideologias disfarçadas de algo bom, Deus nos chama para confessar a única verdade, Jesus o seu filho Unigênito.
2. A Segurança da vida eterna é expressada pelo amor; (Prova Social)
Irmãos há uma grande hipocrisia na sociedade, e nós devemos clamar para que Deus nos livre desse amor falso, para que não esteja em nosso meio.
Vejamos o que está escrito no capítulo 3.13-18:
Irmãos, não vos maravilheis se o mundo vos odeia. Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si. Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos. Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.
O Apóstolo convoca a igreja para o amor demonstrado Verdadeiramente, assim como Cristo nos amou. Não somente de fala, que é um amor hipócrita. Mas um amor verdadeiro e genuíno. Esse é um resultado daquele que tem a segurança da vida eterna, o amor pelos outros.
O Senhor nos convoca para que nos amemos uns aos outros. Demonstramos amor aqui, entre a família de Deus, mas também um amor lá fora, onde pregamos a verdade para os ímpios. Não há amor maior para demonstrar para aqueles que estão perdidos.
3. A Segurança da vida eterna é expressada pela obediência; (Prova Moral)
Temos um problema sério: uma desconexão da vida intelectual com a vida prática. Hoje, muitos cristãos, principalmente os reformados que expressam um ar mais erudito, teórico, caem nesse mesmo problema: Uma vida intelectual maravilhosa, mas a vida prática, não tem nada de maravilhosa.
Vejamos o que está escrito no capítulo 2.3-6:
Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade. Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou.
O Rev. Hernandes Dias Lopes cita em seu comentário sobre 1 João:
Não conhecemos a Deus pelo tanto de informações que temos na mente, mas pelo grau de obediência que manifestamos na vida. As palavras de um homem devem ser provadas por suas obras. Se a sua vida contradiz as suas palavras, o seu conhecimento de Deus é falso. João não pode conceber um verdadeiro conhecimento de Deus que não resulte em obediência.
O conhecimento de Deus só pode ser provado pela obediência a Deus, e só pode ser adquirido obedecendo a Deus. Conhecer a Deus é experimentar o amor de Cristo e devolver esse amor em obediência.
Conclusão
Nesta carta, o tema principal é a Segurança da Salvação que temos unicamente em Jesus de Nazaré, o Deus Filho. Verdadeiro Homem, verdadeiro Deus. Para você que ainda não tem a segurança da sua salvação, leio o Capítulo 5, verso 13:
“Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus.”
Nessa série de exposições que faremos nesta carta tão benéfica para a Igreja, o Senhor dará a graça de aprofundarmos mais e mais nesses temas.
Todas as mensagens pregadas aqui, nos levarão ao Filho de Deus, nosso Senhor Jesus, que sofreu grandemente no monte das oliveiras, a ponto de suar Sangue. Foi preso e torturado de uma maneira humilhante. Ensanguentado, com uma coroa de espinhos, foi até o calvário. Fui Crucificado. Seu corpo transpassado. Sofreu a grande ira de Deus, Por mim, por você. Por todos aqueles a quem Deus elegeu.
Ele sofreu as nossas dores, e morreu a nossa morte.
Mas a glória de tudo irmão, é que ele ressuscitou ao 3º dia. Venceu a morte e está nos céus, aguardando para vir em nuvens de glória.
Arrependa dos seus Pecados. Arrependa-se meu querido leitor, e creia no verbo da Vida, Jesus, o Filho de Deus! Pois a Segurança e Vida eterna, está nele.